Ouço-te respirar sofregamente,
o ar não te chega,
não tem lugar.
Escondes a tua dor,
e no silencio,
o monstro cresce,
sufoca-te devagar.
Procuro o teu olhar triste,
encontro incompreensão.
Se ao menos falasses…
Inquieto na noite longa,
procuras o descanso,
mas não o encontras.
Correm-me as lágrimas,
num caudal, sem igual.
Pois se ainda há dias brincavas!
E saltavas, e ronronavas,
Pois se ainda há dias gritei contigo,
como podes estar a definhar?
Como podes estar a sofrer,
como podes estar a morrer…