E aí ele compreendeu o que ela lhe estava verdadeiramente a ensinar. Que o mar, tão verdadeiro e palpável naquele momento, era – ao mesmo tempo – uma metáfora para tudo aquilo que a vida jogara contra ele durante os seus curtos anos naquele mundo. Naquele momento, soube que nunca tinham feito por ele […] o que aquela rapariguinha de olhos verdes e nascimento nobre tinha feito. Nunca ninguém quisera saber dele até então. Já não estava sozinho.
Categoria: Maio 2016
O melhor lugar do mundo
Aquela era praia deles. Aquele recanto que Ela visitava de Verão e de Inverno, juntamente com os irmãos. Aquele pedaço de areia coberto de águas límpidas que quase ninguém conhecia, mas para o qual eles sabiam o caminho de olhos fechados.
…de onde houver mar
“De onde houver mar.” afirmaste como se me estivesses a dizer a coisa mais natural do mundo. A coisa mais natural do TEU mundo. E levaste a tua caneca de chá quente aos lábios. Continue a ler “…de onde houver mar”
O Ritual
As lembranças de tantas de mim que já fui no passado, convivem em simultâneo com visões de outras que poderei ser num futuro ainda por definir. Aqui neste local quase mágico, a essência da vida que me habita é moldada tantas vezes, que a alma já conhece o ritual de transformação.
O Lugar Onde Acaba o Mar
Já passou uma semana desde que aqui estou. Continuo a comprar pão naquela mulher, da qual já não te deves recordar. A tua memória começou a falhar e perdida na minha solidão destes dias que passam devagar, penso que esse também deve ser um dos motivos para eu voltar a estes lugares. Não quero esquecer. Não posso esquecer. Não me deixes esquecer, Mãe.
As ondas que te levaram
As ondas beijaram a areia um pouco mais alto hoje, apagando o teu nome, que entretanto havia escrito numa areia semi-molhada, levando com elas o último pedaço de ti. Continue a ler “As ondas que te levaram”
A beira mar te encontrei
A beira mar te encontrei
Queimado pelo sol que não perdoa,
Perdido nos teus pensamentos
Que te levavam para bem longe de Lisboa.
Tema para Maio: a praia como espaço da narrativa
Hoje pode estar um dia feio, mas acreditem que isto ainda vai mudar muito. Até há poucos dias atrás, já se viam fotos de pessoas na praia, a aproveitar os primeiros raios de sol e calor com sabor primaveril.
A pensar nestes dias que convidam a banhos de sol e mergulhos na praia, este mês a praia será não o tema do CPR, mas o palco dos nossos textos, ou seja, os nossos textos terão que ter a praia como plano de fundo, como personagem, o que quiserem. Tem é que ter destaque. 🙂
E como a praia não é só um local de lazer e preguiça, mas também um lugar mágico propício a inspiração e até a momentos de introspecção, deixamos convosco esta inspiração sob a forma de um poema da Sophia de Mello Breyner Andresen.
Praia
Na luz oscilam os múltiplos navios
Caminho ao longo dos oceanos frios
As ondas desenrolam os seus braços
E brancos tombam de bruços
A praia é lisa e longa sobre o vento
Saturada de espaços e maresia
E para trás fica o murmúrio
Das ondas enroladas como búzios.