Desde que cheguei que todas as pessoas estão a fazer greve, os estudantes arrancam as pedras da calçada e pintam “Sous les pavés, la plage!” nas paredes. Imaginas?
[…] Eu cá deambulo pelas ruas, imagino Mário de Sá-Carneiro a rir-se num qualquer café na companhia de Santa-Rita Pintor. Ou será que ele nunca se ria?
Categoria: semana 1
Crónicas existenciais 1.01 ou a origem do meu CPR
Esperamos calando os nossos pequenos anseios. Esperamos por segundas oportunidades ou primeiras aventuras. […] Esperamos, assim, daquela que é, para mim, a pior forma de espera: esperar sem nos apercebermos sequer que estamos à espera.
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Caminhos Cruzados
O último mês tinha passado num ápice desde o dia em que me encontrara com ele à saída do comboio expresso para Munique. O nosso olhar cruzou-se por um momento e imaginei que o brilho nos olhos dele eram sinal de reconhecimento, antes de o perder na multidão.
Do que é que estou à espera?
Porque cansa viver assim. Saber que podemos ser melhores e optarmos, conscientemente, por não sair da nossa zona de conforto. Cansa e dói. Dói muito.
“Desculpe a demora Claudia, agora é a sua vez”
É fantástica a semelhança que uma sala de espera (qualquer uma) tem com a vida.
[…]
Uns são mais impacientes que outros, mas passamos a nossa vida à espera de algo, de tudo, de pouco, de nada, de muito, de alguém, enfim é uma vida à espera.
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Caixa de Correio
E como em tudo na vida, esperava o pôr-do-sol, o exacto segundo em que o sol se deita na água, junto ao horizonte, para lhe falar. Mas o lusco-fusco escorregava-lhe por entre as pálpebras, ele fechava os olhos porque lhe fazia confusão na íris e, num segundo, já era de noite e tinha de esperar até ao final do dia seguinte.
Primeiro passo
Penso nos locais da cidade que mais me encantam e que provavelmente escolheria para o reencontro, se ela concordasse. Penso no chá que escolheria e por onde começaria a reconstruir a ponte entre nós.
Sem convite
Mas eu não estava pronta para abdicar do meu sonho e se os convites não chegavam eu faria mais uma vez impor a minha presença. E foi assim que a porta grande se abriu para mim, com tudo o que isso acarreta, sensação de dever cumprido inclusive. E durante muitos anos vivi o meu sonho.
E se eu não quiser esperar?
Um amigo, uma vez, disse-me que “há comboios que só passam uma vez” — e é verdade. Perdemos esse comboio e podemos não voltar a ver outro comboio igual.
Margarida e eu.
O convite não vai chegar, mas teimamos em esperar. Com afinco, aguardamos poder voltar a caminhar na cidade, sem medo. Com a cabeça um bocadinho mais erguida do que quando chegamos.